Os principais instrumentos empregados pelos escribas formam o hieróglifo mostrado ao lado. São eles: uma paleta com reentrâncias para pedaços sólidos de pigmento vermelho e preto, um recipiente com água e um cálamo de junco. A paleta era normalmente feita com um pedaço retangular de madeira. Suas dimensões podiam variar entre 20 e 43 centímetros no comprimento, entre cinco e oito centímetros na largura e entre um e cinco centímetros na espessura. Numa das extremidades havia duas ou, às vezes, várias cavidades para conter as tintas na forma sólida. A tinta preta era feita com carvão e a vermelha com ocre dessa cor finamente moído. Ambas eram misturadas com uma solução fraca de cola de forma a endurecerem ao secar. Ao escrever o profissional misturava água à pasta do pigmento, como fazem as crianças de hoje com as suas aquarelas. O cálamo era feito de uma haste de junco, com cerca de 15 a 25 centímetros de comprimento. Sua ponta era cortada obliquamente e depois mordida pelo escriba para quebrar as fibras. Os cálamos eram guardados em uma ranhura cavada na parte central da paleta. Tais ranhuras podiam, às vezes, conter uma tampa corrediça, como os estojos escolares de madeira ainda hoje utilizados pelas crianças. Entre as paletas encontradas pelos arqueólogos muitas continham inscrições a tinta em hierático, as quais parecem ser anotações administrativas feitas pelo próprio escriba, tais como medidas, nomes, contas, registro de mercadorias, etc. Outras paletas contém inscrições em hieróglifos, geralmente invocando o deus Thoth, o deus da escrita, o que parece indicar que faziam parte do equipamento funerário de seus donos. Todo esse material o profissional da escrita carregava dentro de caixas de madeira ou de bolsas de couro.
Um tipico escriba do antigo Égito.